✦ 𑊒 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗢𝗡𝗘, 𝟬𝟭
𓂃 𓈒 𓏸 ՙִՙ posso tirar uma foto sua?
é pra mostrar ao papai noel o que
eu quero de presente. 𖥻 ٫ •᎑• ໋
જ ⌗ . CAPÍTULO UM, 01.
◠ ▬▭▬▭▬ ꐑ • ᴥ • ꐑ ▬▭▬▭▬ ◠
▬▬▬▬▬▬▬▬ your home em:
01. PROBABILIDADES INCERTAS.
ERA OITO HORAS DA MANHÃ das férias e Watanabe e Jisoo estavam incrivelmente acordados ─ quer dizer, tinha um motivo, óbvio! Apesar de acordarem cedo todos os dias para ir treinar, estudar ou trabalhar, as férias eram sagradas para aqueles dois acordarem cedo. Então vocês se pergunta "o que será que eles estão tramando?". Bem, ninguém imaginaria. No entanto era caso de vida ou morte que eles precisavam resolver urgentemente ─ sim, é mais um exagero.
─ Você acabou ou não? ─ O Tadashi perguntou, meramente nervoso. Coisa que raramente acontecia. ─ Caralho, Ha Jisoo, anda logo porra!
─ Você me chamou de Ha Jisoo foi? ─ O coreano parou o que estava fazendo apenas para advertir o Tadashi. ─ Ei, eu sou seu melhor amigo, tá me entendendo?!
As mãozinhas dos dois se mexiam rápido o suficiente para entender que eles estavam no meio de uma discussão ─ no pior momento possível. Em frente ao quarto de Sarang, os dois pareciam extremamente suspeitos... definitivamente, sendo incrivelmente péssimos no disfarce.
─ Tata? ─ Sarang o chamou, causando arrepios em todos os pelos do seu corpo. ─ O que você tá fazendo na frente do meu quarto?
Watanabe fechou a porta bruscamente ─ uau, foi tão discreto! E, antes que ela se aproximasse mais ainda e percebesse que havia algo errado, ele quase se jogou na frente da Byeol. O braço direito do Tadashi fincou como uma pedra na parede do corredor, bem no meio da passagem e na altura dos olhos de Love. Qualquer um diria que isso parecia aquelas cenas clichês de dorama... mas estava mais para desespero.
─ Bom dia... estranho. ─ Ela disse, soltando uma risada. Aparentemente, sem notar nada. ─ Queria falar comigo? ─ Perguntou, entendendo que, se ele estava na frente do seu quarto tão cedo, tinha algum motivo. ─ Que foi? Não conseguiu dormir de novo? ─ Indagou. ─ Você já é grandinho, tem que superar seu medo do escuro! ─ Zombou.
Quando eles se mudaram para os Estados Unidos juntos, Sarang percebeu que ele não dormia com a luz apagada ─ além de ter visto de madrugada, no sofá da sala, o mesmo acordando de algum pesadelo e depois não conseguir dormir. Ele nunca disse o que era, nem mesmo tocou no assunto quando ela perguntou se algo tinha acontecido... apenas fingiu que estava tudo bem. Love acabou não insistindo, porque se ele não queria falar sobre aquilo com ninguém ─ principalmente com ela, é porque não deveria estar pronto ainda. Então, para quebrar o gelo e esperar pacientemente, brincava com ele.
Watanabe revirou os olhos, murmurando um "merda" bem baixinho. Por sorte Jisoo não conseguia escutar isso ─ mas não leve para o lado pessoal.
─ Eu não tenho medo do escuro, para com isso! ─ Disse o homem que sempre dormia de luz acessa e agarrado em um travesseiro quentinho para se sentir mais seguro. ─ Eu só... passei aqui pra perguntar se você já comeu. Você sempre esquece de comer de manhã e...
─ "Isso não pode acontecer, porque comer de manhã é o que te dá energia para o resto do dia". ─ Sarang completou a frase que ele falava todos os dias... mesmo depois que ela passou a comer todos os dias sem falta. ─ Claro, mãe, como eu iria esquecer!
Não tinha como esquecer, quando todos os dias que ela acordava antes de ir para a universidade, tinha um café da manhã pronto e um aviso no quadro de avisos da casa "é pra comer! -_-" ─ ou quando chegava em casa e sentia o cheiro da janta sendo feita. Watanabe sempre era o primeiro a acordar muito cedo para ir pra o treino, então ao escutar que ela sempre saia correndo e nunca dava tempo de comer antes de ir para a faculdade, ele acabava fazendo café da manhã para os dois. E assim também se repetia na janta, já que ele chegava primeiro do que ela.
─ Para de me provocar. ─ O mais velho empurrou o dedo indicador na testa dela, fazendo a mesma expressão de emoticon que usava no quadro de mensagem. ─ Já comeu ou não?
─ Ainda não, tava procurando o Jisoo... você viu ele? Queria só perguntar que horas ele vai gravar os depoimentos. ─ Ela perguntou, procurando no quarto do lado, mas estava vazio. ─ Ele saiu mais cedo que eu... estranho.
Conhecendo seu amigo, isso parecia improvável de acontecer.
─ Não, não vi. ─ Agora, muito menos assustado, ele mentiu.
Uma figura se espreguiçando saiu de um dos quatros do corredor e deu de cara com eles. A querida Hyejin, vestindo uma saia jeans comum, uma camiseta de algodão preta e manga longa que ficava abaixo dos ombros, e meias brancas de cano médio que acompanhavam o sapato preto, sorriu simpáticamente para os dois.
─ Como estou? ─ A Lee perguntou, claramente referindo-se a amiga. Ela nunca teria a coragem tão descarada de pedir a opinião do Tadashi também, pois com certeza seria tímida. Só perguntou porquê era Sarang, sua melhor amiga. ─ É só uma gravação, não é? Eu sei que não devo estar tão bem, mas considerando, acho que não estou tão ruim.
A Byeol quase fez uma cena ao colocar as mãos na boca para cobrir o espanto. Pode parecer exagerado, mas é comum para Sarang agir desse jeito. Hyejin nunca aceitava abertamente elogios, pois talvez não se achava "digna" de muitos deles. Porém, depois de notar que sua amiga tinha esse defeito terrível ao não se perceber quão linda ela era, Sarang fazia questão de demonstrar ainda mais sua admiração.
─ Você está linda, Leah! ─ Olhando como uma mãe orgulhosa, Sarang bateu palmas em aprovação. Seu espírito alegre de manhã cedo era costumeiro. ─ Ainda tá de pé a gente se casar se não encontrarmos ninguém, né?
─ Claro que sim! ─ Concordou, entrando na brincadeira. ─ Tô só esperando você ficar solteira pra sempre... missão impossível.
As duas gargalharam juntas, lembrando-se da promessa de "casar aos 40 anos" que elas fizeram.
─ Ai, 2L! ─ Watanabe, encostado na parede, falou de braços cruzados. ─ Vocês vão ficar em pé batendo papo? Preciso comer!
2L era como se chamava 'Leah e Love' ou 'Love e Leah'. Os próprios amigos das duas apelidaram a dupla assim, já que a inicial de ambos os apelidos individuais delas era com 'L'.
─ Bom dia, Watanabe! ─ Com toda simpatia do mundo e já acostumada com o velho Watanabe Tadashi do ensino médio, ela respondeu. ─ Como você está? Acordou com o pé esquerdo foi?
─ Acordei com fome, então parem de conversar e vamos comer. ─ Mal humorado como sempre antes de comer... e durante outras partes do dia, o jovem descruzou os braços e saiu andando pelo corredor. ─ E não precisa me chamar de Watanabe... Já somos íntimos o suficiente... ─ Hyejin arqueou uma sobrancelha. ─ Sei que você choraminga todas as semanas pelo telefone da Sarang depois de beber.
Sarang não conseguiu segurar uma risada com a última frase. Quando olhou para sua amiga e a viu lhe encarando, ela levantou os braços para dizer que ela não tinha nada haver com isso. Porquê, provavelmente, não precisava nem estar no viva-voz para escutar Hyejin falando coisas inacabaveis em sua ligação com a amiga.
─ Ele não tá mentindo... Você chora quando bebe. ─ Disse a Byeol, como se não fizesse o mesmo. Um sorriso ao lembrar desses dias surgiu. ─ Acho que ele percebeu porque esses são os dias que bebemos juntas pela ligação.
Ou seja, das vezes que esse "evento remoto" acontece, as duas ficam igualmente bêbadas e Sarang com começa a chorar do nada, ou ter crises de riso.
─ Como que ele sempre percebe tudo, em? ─ Hyejin se perguntou, abismada. Agora, com certeza ficaria com vergonha ao cruzar com ele da próxima vez.
─ Leah, precio ir procurar o Jisoo. ─ Love disse, lembrando-se novamente do que precisava fazer. ─ Se você quiser pode ir pra o refeitório que te encontro lá, ok?
A Lee concordou com um sorriso e acenando a cabeça, antes de dá um abraço apertado em Sarang como nos velhos tempos.
─ Ah, enquanto o Tata... ─ Outro sorriso orgulhoso surgiu nos lábios da ruiva. ─ Ele te disse isso pra você se sentir confortável com ele. ─ Referiu-se ao fato dele ter dito que ela não precisava chamá-lo pelo nome todo. ─ Então... isso significa que ele gosta de você.
Antes de sair correndo apressada e com seu tablet na mão, Sarang fez um joinha para a Lee e sorriu.
─ Uau, você conquistou o Wata. ─ Uma voz masculina surgiu no meio do corredor, batendo palmas para o momento. ─ Ele é osso duro de roer em!
Kang Nam-dong, que havia chegado segundos atrás e escutou apenas o final da conversa, sorriu para a Lee. Hyejin se segurou muito para não arregalar os olhos e demonstrar quão... surpresa, tímida, nervosa? Ela ficou quando o loiro apareceu bem na sua frente. Ou como foi fácil identificar a voz dele, já que não havia mudado tanto desde o colégio. Talvez um pouco mais grossa... mas quem estava se ligando aos detalhes né!
─ Lee Hyejin, certo? ─ Claro que estava certo, porque ele sabia exatamente quem era a menina e havia identificado. Ela também não mudou tanto desde o ensino médio.
A garota fez que sim com a cabeça.
─ Você se lembra de mim? ─ Perguntou sinceramente, com a voz um pouco baixa e cautelosa. No mesmo segundo a Lee se arrependeu de perguntar.
─ Claro, você é uma das amigas da Love... ─ Namdong respondeu. Bom, era óbvio que o amigo de infância de Sarang lhe conheceria por ser amiga dela, mas a Lee imaginava que ele poderia saber mais do que isso. ─ E também é filha do senhor e da senhora Lee.
Hyejin abriu a boca em um perfeito "o" ao ficar extremamente surpresa com a novidade. Ela nem poderia imaginar que eles dois estavam mais próximos um do outro, do que acreditava.
─ Minha mãe é médica e trabalha com a mãe da Sarang há anos, mas... também trabalhou com seus pais no Hospital Nacional de Seul quando eles ainda moravam aqui... ─ Mais uma vez, a garota ficou totalmente pasma com a revelação. Todos os pais deles trabalharam no mesmo lugar. ─ Mas acho que você não sabia disso.
Talvez tivesse sido interessante se seus queridos pais tivessem dito que eles conheciam a mãe de Namdong. Ou quem sabe, especificar que foi a senhora Kim, mãe do seu colega da Haewadal, que tentou ajudar seus pais com a questão da gravidez. Ou quem sabe até mesmo Sarang! A mãe dela trabalhou com os pais de ambas as famílias, então a informação seria útil.
─ Eu realmente não sabia... ─ O sorriso gentil do jovem Kang só a deixou mais envergonhada por não saber disso. Ele estava sendo tão fofo e informado, que a deixou com uma pontada de culpa. ─ Sinto muito! Meus pais não falaram que a senhora Kim era sua mãe... Mas ouvi que ela é muito legal!
Namdong também fez uma nota mental de cobrar a sua amiga de infância, sobre ela nunca ter contado a Hyejin sobre seus pais. Sei lá! Citar teria sido ótimo. O Kang sempre quis saber como o assunto nunca surgiu entre as poucas interações que ele pode ter com a Lee no ensino médio. Mas resolveu ficar calado, já que a garota era mais reservada.
─ Não se preocupa, pelo menos agora você sabe! ─ O veterinário jogou a mão para frente, como se dissesse "deixa para lá, tudo bem". ─ Bem... Você tá indo comer? Eu fui correr cedo e agora estou morto de fome!
─ Tão cedo assim? ─ A Lee peguntou, mas se arrependeu maia uma vez por parecer intrometida. ─ Desculpe, eu não quiser ofender nem nada!
─ Ah não, que isso, relaxa Hyejin! ─ Nam soltou uma gargalhada, se divertindo com o jeitinho tão receoso da jovem. ─ É que eu corro sempre antes de ir trabalhar... me ajuda a sobreviver durante o dia! ─ Certamente, se não fizesse isso, morreria mais cedo. ─ Eu ia fazer isso com o Wata, mas ele sumiu.
A Lee acenou com a cabeça, entendendo. Ela ficou admirada como e conseguia acordar tão cedo para correr e ainda ter disposição para trabalhar bastante ─ foi o que ela escutou por aí!
─ É... ─ Namdong coçou a cabeça, olhando para os lados e quebrando o silêncio que se instaurou. ─ Você vai?
─ O que? ─ Leah perguntou, perdida em seus pensamentos.
─ Comer. ─ Mais uma vez, o Nam soltou uma risada.
─ Ah, sim!
Antes que ele pudesse completar a frase e dizer "então vamos juntos?", a estudante de veterinária apressou os passos e foi um pouco na frente. Xingando-se mentalmente, ela se sentiu observada pelo Kang... que caminhava com as mãos no bolso e sorriso no rosto, mantendo uma distância considerável.
PARK JIEUN ESTAVA DISCUTINDO consideravelmente com Iseul Taeyang, após acusa-lo de ter roubado seus biscoitos açucarados do seu prato. De fato, aquele tipo de discussão entre eles se manteve desde o ensino médio ─ além das conversas telefônicas carregadas de assunto. Hope sempre tirou Jieun um pouco do sério... e isso raramente acontecia. Era muito comum que Jieun abrisse a boca e ganhasse muitas discussões ou sempre tivesse uma opinião, além de usar um pouco seu sarcasmo para irritar um pouco suas amigas ─ nesse caso, apenas por diversão, claro. Porém isso nunca acontecia com Hope, já que ele conseguia tirar a artista do sério com sua calmaria.
─ Eu já te disse para parar de roubar minha comida! ─ Com a voz um pouco alta, ela tentou tirar os biscoitos roubados do prato vizinho. No entando, a mão de Hope se levantou para impedi-la. ─ Você continua aquela criança do ensino médio, Taeyan!
As palavras não foram o suficiente para fazer Taeyang parar de comer lentamente os biscoitos. Ele, com um sorriso no rosto e os olhos brilhando ao olhar para o doce, se mantinha calmo. Jieun, irritada, tentou avançar mais uma vez, mas ele a abraçou de lado e a segurou com o braço direito ─ enquanto com o esquerdo, continuava a comer.
─ Calma aí Jie, você está muito nervosa. ─ Ele disse, a chamando pelo apelido e fingindo que nada estava acontecendo. ─ O que foi, você quer? ─ Perguntou, mostrando o biscoito na frente do rosto da garota. O máximo que ele conseguiu dela foi uma carranca. ─ Abre a boca, ah!
Hope abriu a própria boca para imitar o movimento, mas Jieun apenas o enforcou com o olhar.
─ Como você é irritante! ─ Ela bufou, o achando infantil. Parecia o mesmo garoto carinhoso, mas irritante, que sempre a abraçava de lado ou surgia do nada perguntando o que ela estava fazendo. ─ E eu já te disse para parar de de chamar assim!
Ela não era muito fã de apelidos. Então, tirando seu irmãozinho mais novo ou Sarang, todo mundo a chamava de Jieun. Porém, ainda no ensino médio, ele começou a chamar carinhosamente de "Jie". Jieun sempre falava para ele parar de chama-la assim, já que o tom de voz doce do rapaz falando aquele apelido, fazia seus os amigos de ambos zoa-los, dizendo que eles namoravam. Mas... A Park gostava! ─ ela só não admitiria.
─ Também acho! ─ Felix sentou-se de frente para os dois, com seu prato de tteokbokki que não comia há quase um ano. ─ Ah, que casal bonito! Vocês já estão namorando, é?
O irmão mais novo sentiu uma pontada quando um dos dois chutou sua perna... Ou melhor, quando Park Jieun chutou sua perna e lhe fez gemer baixo de dor.
─ Quem de vocês dois feiosos chutou minha perna, em! ─ Hyo alisou por cima da canela, murmurando algumas palavras feias ao olhar para eles. ─ Aposto que foi você, Jieun! ─ Apontou a acusando. ─ Ficou com raiva só porquê eu disse a verdade?
Antes que o Hyojong pudesse colocar os bolinhos de arroz apimentados na boca, ele viu Jieun nervosamente bater sem querer a perna na mesa e derrubar o café gelado de Hope. Por sorte, antes que o desastre fosse total e destruísse o impecável senso de moda que Jieun havia colocado em suas roupas essa manhã, Taeyang puxou a garota mais para perto de si. O café caiu ao lado, chamando atenção de alguns dos colegas.
─ Você continua desastrada, Jie. ─ Hope falou, brincando. Ele a soltou ao ver que estava tudo bem e olhou para o chão. ─ Vou pegar um pano.
Taeyang levantou-se, deixando Jieun um pouco atordoado com tudo que aconteceu. Não sabia se foi o café caindo ou o puxão surpresa, mas algo dos dois havia a deixado sem palavras ─ mas apostaria no puxão, já que se sentiu um pouco envergonhada ao perceber que no susto, havia segurado na perna de Taeyang com medo de cair.
─ Pensando em algo? ─ Joshua apareceu do nada ao lado dela. Com um prato de panquecas e um pote de mel, o também com sobrenome Park se sentou na mesa deles. ─ Quer um pouco? Acho que peguei muito.
Jieun arqueou a sobrancelha, achando estranho alguém oferecendo comigo. No entando, na sua concepção, oferecer comida para ela era como achar aquele garoto quase cavalheiro.
─ Porque você... tá me oferecendo comida? ─ Ela perguntou, sem papas já língua. Joshua Park não era a pessoa mais amigável do mundo, nem de perto, mas ele estava de bom humor. Além disso, eles dois não eram amigos nem nada, apenas colegas do Haewadal.
─ Qual o problema? ─ Indagou, sem enrolar muito também. ─ Não está envenenado. ─ O garoto colocou um umas duas panquecas no prato dela, e uma para o Hyojong. ─ Se eu quisesse te matar, tem formas mais eficientes.
─ Uau, você é entendido disso por acaso? ─ Disse, sendo sarcástica e quase revirando os olhos. Ela nunca duvidou que ele fosse maluco, então facilmente acreditaria que Joshua deveria saber mesmo.
─ São muitas temporadas de séries criminais pra contar. ─ Minho falou, orgulhando-se mentalmente. Ele amava aquele tipo de gênero, assim como os de suspense ou mistério. Filmes românticos eram quase sempre os raros. ─ Você não entenderia.
─ O que? Você gosta dessas coisas? ─ Ela arqueou a sobrancelha. Jieun também gostava muito desse gênero... ler livros sobre crime e mistério, além de assistir filmes de suspense estavam sempre em seu catálogo.
─ Sim, também gosto de saber pra prevenir de acontecer comigo. ─ Paranóico ou não, Joshua sabia muito bem sobre diversos tipos de crimes. Sua mãe com certeza estaria orgulhosa como o filho estava preparado para o mundo. Quer dizer... mais ou menos. ─ Ou quem sabe... para outras coisas.
Minho olhou para Jieun com um olhar frio e sério, mas não durou muito, já que poucos segundos depois sorriu e fez um coraçãozinho coreano com os dedos da mão direita. Ela, sem querer demostrar que havia achado engraçado, segurou uma risada. Bem... a futura atriz nunca gostou muito de pessoas esnobe, e Joshua Park foi um pouco assim durante o colégio ─ por isso a amizade não deu muito certo. No entanto, com aquela breve conversa, talvez ele não fosse tão idiota assim.
─ Vocês são esquisitos... ─ O surfista balançou a cabeça de um lado para o outro, achando o assunto estranho. ─ Vou ali pegar um suco... e talvez não volte mais.
Hyojong levantou-se na mesa e procurou pela mesa onde ficavam as bebidas, até se deparar com seu irmão mais velho, que já deveria ter voltado, conversando Olivia Fane, Byeol Jisarang e Aurora Lee. Essa última, que não vi há muito tempo e teve um último contato bem... Inusitado. Então, com um tanto de timidez repentina, resolveu ir pegar seu suco.
─ Vocês devem sair bastante! ─ Hope falou, já dentro de um assunto que envolvia as três amigas. ─ Deve ser legal morar perto uma da outra.
─ Quase todos os dias... Apesar de ter certeza que a Lizzie não gosta muito. ─ Autora falou, sem parecer uma discussão séria. É que a Fane não era muito de sair com suas duas amigas ou de interagir tanto quanto elas. Na verdade, nem era comparável.
As três eram um 2EI1 ─ um duo de extrovertidas com sua introvertida... que sofria o terror de ser arrastada para vários lugares diferentes.
─ De vez em quando eu escuto a Seulgi dançando de madrugada, mas acho que é pior para os outros vizinhos. ─ Sendo a vizinha de baixo de Aurora, ela já havia se acostumado com a música da Lee. Mas... às vezes ela não negaria que achava que seu teto ia cair à qualquer momento.
─ Eu não faço tanto barulho assim. ─ Negou o inegável. Seulgi sabia, sem nenhuma contestação, que ela era barulhenta. Uma semana sem música e dança, com seus shows particulares de SNSD, vulgo Girls' Generation, não era uma boa semana.
─ Ou quando ela vai lá em casa pra roubar metade da nossa compra. ─ Sarang falou, referindo-se a compra do mercado que ela e Watanabe faziam toda semana. ─ Ela é meio esquecida né... ─ Love arqueou a sobrancelha. ─ Ou tem mais alguém naquele cativeiro rosa? ─ Disse, referindo-se a casa dela.
Todo cômodo tinha algo rosa na casa da loirinha, então o apelido dado foi "cativeiro rosa". Já que, também pela quantidade de comida levada em uma cesta, parecia ter mais gente na casa de Lee.
─ Ei, vocês são minhas amigas ou inimigas?! ─ Aurora deu um leve empurrãozinho nas duas, achando absurdo a exposição desnecessária da realidade. ─ Às vezes eu esqueço de comprar... Ou pedir.
─ Lá em casa também é assim... ─ Hope começou falando, parecendo que iria contar uma história muito reveladora sobre o sumiço das comidas. ─ Mas sou eu mesmo que como tudo.
As garotas riram, imaginando direitinho que Taeyang deveria comer bastante e deixar Felix maluco.
─ E você, Liv, costuma comer muito? ─ Talvez sendo uma pergunta um pouco invasiva para outras pessoas, Taeyang perguntou com outras intenções de saber se ela estava comendo bem. ─ Você estuda muito, tem que comer bem!
A preocupação de Taeyang com Olivia tocou o coração dela. Certamente, apesar de se sentir tímida quando ele sempre demonstrava querer saber como ela estava, tentava manter as aparências. Bom, Hope era um garoto muito gentil e com um espírito de brasileiro ─ ou seja, ele não desistia nunca. Liv sabia que Taeyang só aprendeu algumas coisas sobre ela, após nunca ter desistido de lhe mandar mensagens e não deixar o lado tímido dela atrapalhar tudo.
Não propositalmente, já o deixou no vácuo por não saber o que responder ou estar sorrindo sozinha com as falas fofas do garoto.
─ Mais ou menos... não tenho tanto tempo. ─ Ou seja, a universidade e o estágio na área da advocacia lhe tirava boas horas de fome e sono. Até poderia ouvir suas amigas, e até mesmo Watanabe, reclamando com ela por não comer direito. ─ Mas sempre tomo chá verde!
─ Não pode deixar de comer, se não, não vai ficar forte como eu! ─ O surfista disse, preocupado que ela não estivesse se alimentando direito.
Hope sabia ─ e como sabia, que Olivia também sofreu bullying no colégio por causa do corpo, que não era tão "padrão coreano", então tinha medo que ela deixasse de comer. Por isso falava essas coisas sem parecer que estava por dentro das maldades que um dia ela sofreu.
Em um ato totalmente involuntário e sem intenções de parecer um hétero top, Taeyang levantou a camisa para mostrar a barriga cheia. O garoto até fez questão de passar a mão por cima e dá uma batidinha para mostrar o quanto havia comido. O rosto com os olhinhos fechados de satisfação e o fato de ter bochechas um pouco grandes era fofo, e se juntando com a ação anterior, até parecia uma criança.
Sarang e Aurora puseram as mãos na frente da boca, após ficarem chocadas com a cena. Elas, sem conseguir, soltando uma risada abafada e fecharam os olhos para não olhar para cara deles. As duas não estavam envergonhadas por ver um Hope com a camisa levantava, mas ficaram se controlando muito para não rir da situação. Sério, como alguém poderia fazer isso tão natural e sem segundas intenções?
Quando Olivia olhou para o lado, não viu mais suas amigas. E quando Hope olhou para o outro lado, percebeu que seu irmão mais novo estava com a mão em cima do estômago e lágrimas rolando, depois de rir horrores.
Foi ai que ele se tocou o que estava fazendo e rapidamente abaixou a camisa.
─ Então... é assim que você fica quando come. ─ Falando totalmente sem graça, o garoto desviou o olhar para qualquer canto... Menos para os olhos de Olivia.
Procurando por uma saída desesperada, ele viu uma garrafa de café na sua frente e a pegou, junto com uma xícara de tamanho médio.
─ Você quer café? ─ Perguntou, antes que percebesse que maia uma vez havia feito a coisa errada. ─ Quer dizer... você não gosta de café.
Vendo a outra garrafa ao lado, com essa escrita "água quente", Hope colocou um pouco da água na xícara, abriu um saquinho de chá verde e colocou dentro. Depois de mergulhar um pouco o sachê e ver a água mudando de cor, ele estendeu o braço e ofereceu para Olivia.
─ Quer chá verde? ─ Tae colocou um pires em baixo e implorou para que ela dissesse sim, já que depois dele fazer o chá para ela, era quase impossível negar.
─ Claro... obrigada! ─ Ainda com aquela cena anterior na mente, Olivia aceitou. Se ele pudesse ler sua mente, juraria, naquele momento, que Olivia Fane era uma pervertida. Mas pelo amor de Deus, ela não era de jeito nenhum! A culpa não era dela se do nada, o rapaz resolveu mostrar seu "tanquinho" sarado.
E, com os dois agradecendo mentalmente por nenhum deles tocarem naquele "assunto proibido", Taeyang convidou Olivia para se sentar na mesa em que ele estava ─ clamando aos céus para que ninguém mais tivesse visto aquela cena deplorável, e esperando que seus rosto não estivesse tão corado quando o da Fane. Já Olivia... estava pronta para encontrar suas amigas e começar um barraco chique entre o trio da fofoca.
COM O PLANO "INFALÍVEL" EM PRÁTICA, Ha Jisoo comemorou mentalmente que tudo estava dando certo. Após seguir as instruções de seu outro melhor amigo, Watanabe Tadashi, para entender no que estava se metendo, a responsável de concluir a missão ficou com ele. Para não deixar rastros, depois de terminar seu trabalho, o rapaz usou sua memória fotográfica para se lembrar de como a mesa de Sarang estava e organizar do mesmo jeito. Foram necessários apenas cinco minuto para que tudo estivesse no lugar novamente e ele pudesse ir embora em silêncio.
Jisoo abriu uma fresta da porta, olhou para os lados e, não vendo ninguém vindo no corredor, saiu rapidamente. Essa era sua chance de sair sem ser visto!
Porém, como nem tudo são flores e as coisas sempre acontecem com ele, assim que colocou o pé para fora do quarto, deparou-se com o pequeno e energético Anakin Kwon.
─ O que você tá fazendo no quarto da Sarang? ─ Anakin perguntou, arqueando a sobrancelha. Como os dois já eram amigos, era muito maia fácil para ele perguntar direitamente para Jisoo. ─ Ela perguntou pra todo mundo onde vocês estava.
Ele também sabia linguagem de sinais. Quando foi apresentado por Love ao Ha e eles viraram amigos, não quis parecer desleixado ou um futuro mau amigo ─ porque sua ideia era ser amigo do Jisoo também! Então foi aprendendo um pouco com Sarang, com Watanabe e também na internet.
─ Você viu tudo errado! ─ Nada suspeito, ele falou, trocando as palavras. Claramente tinha aprontado algo, já que suas mãos estavam suando frio. ─ Quer dizer... pensou errado!
─ Mas eu nem falei nada... ─ O mais novo respondeu, se aproximando calmamente. Apesar de estar curioso para saber, não ficou inicialmente tão desconfiado. ─ Porque você parece suspeito?
─ Nossa, Kini, é que você me assustou! ─ Jisoo coçou a cabeça e sorriu, tentando procurar uma boa desculpa para sair dessa. Anakin era bastante lerdo e raramente desconfiado de seus amigos, então essa era a oportunidade. ─ Eu vim procurar a Sansan!
Jisoo falou um "Deus que me perdoe" mentalmente, por estar enganando seu amigo ao utilizar uma característica dele como fuga.
─ Ah, porquê não falou antes então seu estranho! ─ O sorriso mais caloroso surgiu nos lábios doces do Kwon. Ficando fora da zona muito rápido às vezes, Anakin esquecia ou não se ligava muito bem nas coisas ou conversas em que estava 100% focado. ─ Ela foi conversar com um funcionário do acampamento.
Sooji suspirou aliviado e sorriu de volta concordando.
─ Ah, você tá aí! ─ Hyungwoo acenou para Jisoo. ─ Você sumiu em! Está sendo tão cogitado quanto a Love. ─ O futuro policial deu duas batidinhas nas costas dele e sorriu agradavelmente. ─ Anakin Skywalker, você por aqui!
O Song também acenou para o garoto, que o cumprimentou com uma reverência, um pouco tímido. Eles dois não conversaram desde o ensino médio, então escutar a referência de Song Hyungwoo adorava fazer com seu nome era nostálgico! ─ eles também não foram amigos próximos no Haewadal, mas Hyung sempre foi gentil com ele.
─ Tudo bem? ─ Perguntou educadamente. Até mesmo no colégio, Hyungwoo também era o primeiro a puxar um assunto. Mais alegre e muito mais simpático que o Kwon, que normalmente mantinha sua cara fechado para a maioria dos estranhos.
─ Sim. ─ Ele respondeu, parecendo envergonhado. ─ E você, tudo bem? ─ Também para ser mais educado e simpático com o Song, mas não tão invasivo, perguntou.
─ Uhum. ─ Confirmou, balançando a cabeça positivamente. ─ Já virou um fã da saga Star Wars ou ainda está em negação? ─ Questionou, sabendo que no ensino médio ele nunca havia assistido nenhum filme da saga, mesmo sendo influenciado por seus amigos ou suas mães.
Anakin fitou os olhos do Song e ficou admirado por ter uma informação sua lembrada. Ele nunca imaginaria escutar isso vindo da boca de alguém que não era tão próximo dele. Mas... Hyungwoo sempre foi um cara legal, então deve ser normal para ele se lembrar das pessoas.
─ Bem, eu... ─ Um pouco envergonhado, desviou o olhar. Hyungwoo abaixou o olhar e lhe deu outro sorriso doce, parecendo entender que ele ainda era um garotinho muito reservado e tímido. Anakin conseguia imaginar muito bem o Song sendo um daqueles policiais gente boa. ─ Ainda não assisti.
O desejo de completar sua resposta com um "eu prefiro animes, filmes slasher e giallos" foi grande, mas não quis incomodar ou parecer chato. Apesar de ser policial e os gêneros slasher e giallo ─ gênero literário e cinematográfico italiano, de suspense e romance policial, pudesse ser um gosto de um futuro policial, manteve o pensamento para si.
─ Então temos que fazer isso um dia! Tenho certeza que você vai gostar. ─ Não ponderando tanto nas palavras, Woo só notou depois de falar que parecia um convite muito pessoal e invasivo. ─ Quer dizer... ─ Dessa vez, se sentindo tímido, o jovem estagiário da polícia rolou os olhos entre o corredor. ─ Se você quiser fazer isso com seus amigos sabe... eu indico.
Jisoo, que manteve-se calado o tempo todo, pela primeira vez pigarreou e resolveu acabar se meter entre os dois para quebrar o clima.
─ É... Hyungwoo, que tal você levar o Kini pra o refeitório? ─ Sooji apontou para o lado esquerdo do corredor, que ia em direção a escadaria. Essa, que levava até o refeitório no segundo andar. ─ Vou me encontrar com a Sarang.
Sabendo que Woo era, definitivamente, uma das melhores pessoas para deixá-lo confortável na ausência do amigos do Kwon, pediu. Song Hyungwoo deixava até mesmo desconhecidos, confortáveis.
─ Claro! ─ Concordou, antes de sentir um pequeno empurrão nas costas e caminhar dois passos para frente. Se não fosse isso, ele ficaria ali do lado como uma parede.
Anakin apenas fez que sim e seguiu, em uma pequena distância, Hyungwoo. O caminho deles para o refeitório foi silencioso, mas não tão constrangedor quando imaginado. Era um silêncio confortável, principalmente para o Kwon que estava receoso de abrir a boca e falar alguma besteira.
Ha Jisoo olhou para trás e conferiu se a porta estava mesmo fechada e se o alarme da tranca havia disparado ─ sim, ele e Watanabe precisaram descobrir a senha do quatro de Sarang.
Quando conferido, Jisoo encaminhou-se para o andar debaixo, onde ficava a grande sala de estar ─ palco de diversas reuniões e jogos na época da adolescência e atravessou a porte de entrada até o lado de fora. O sol já começava a esquentar o ambiente e deixar o clima da noite e do início da manhã, que normalmente era frio por estarem no pico de uma das montanhas, com cara de verão.
Sendo que, antes de encontrar Sarang, ele percebeu que começou o dia muito bem ─ para não dizer outra coisa, quando por pouco colidiu com Jiseung. O Byeol, que tinha ido na casa do caseiro para dar algumas informações que sua irmã mais nova pediu.
Jisoo, claramente tentando evitar a situação, tentou desviar, mas foi pego mais uma vez naquela manhã, no flagra.
─ Não precisa se esconder, eu te vi ontem. ─ Seung falou, com uma das mãos no bolso e a outra ao lado do rosto para fazer os sinais. Seu olhar era despreocupado, mas sonolento. Pelo que Sooji lembrava, O Byeol acordava cedo todos os dias para a universidade, mas não gostava muito. Na verdade, assim como ele, Seun odiava acordar cedo.
O mais novo parou e fechou os olhos, murmurando mentalmente um "droga". Evidentemente, por estar na frente dele, Seung notou.
─ É... Oi. ─ Claramente constrangido e louco para sair correndo dali, Jisoo recompôs sua postura e fitou os olhos do Byeol.
─ Se vamos passar algumas semanas aqui não adianta tentar fugir. ─ Seun estava relativamente muito calmo e isso era motivo de preocupação para Jisoo. ─ Começa a se acostumar.
Após o término secreto eles mantiveram-se incomunicáveis e silenciosos. Não se incomodavam, se provocavam ou se falavam. Evitavam se encontrar ─ com exceção do Natal em que eram obrigados e apenas isso. Jisoo foi o primeiro a parar de ver, ler ou falar sobre qualquer coisa que remetessem aquela época. Só ligavam ou mandavam mensagem um para o outro se o assunto envolvessem Sarang, se não, zero mensagens.
E ninguém além Sarang, Seong, Watanabe, Hyungwoo, os pais de Seung e a tia de Jisoo sabiam do namoro deles, então para ambos, foi mais ""fácil"" entre os amigos, seguir aquela relação ─ ou a falta dela, como dois ex amigos que se afastaram. Sim, parecia impossível, mas essa era a desculpa!
─ Eu não estava me escondendo. ─ Respondeu, mentindo para ele e para Seung. Nossa, a quase fuga dele tinha ficado muito na cara! ─ Não combinamos sem provocação? ─ Ele perguntou baixinho, para que ninguém escutasse. ─ Você gosta de ficar na sua e eu, na minha.
Ao invés de responder, Seung pôs a outra mão no bolso e caminhou lentamente na direção do cineasta promissor. Jisoo não se atreveu sair do lugar, porquê isso significaria que ele estava receoso. Segurou-se na falta de vontade de Seun em arrumar brigas e espero que o mesmo passasse direto... Mas não foi o que aconteceu. O mais simplesmente parou na frente dele, centímetros do seu rosto. O Byeol era um pouco mais baixo que o Ha, no entando esse não era um problema para ele.
─ Eu não combinei nada. ─ De fato, o combinado que eles fizeram foi muito mais informal, do que em palavras. Então, tecnicamente, eles nunca haviam feito um trato para manter a relação dos dois menos insuportável. ─ E apesar de você ter sido um pouco duro comigo e ter dito que nós não tinhamos o que terminar, já que "nunca começamos a namorar", eu errei em dizer que concordava. ─ Seung citou as extras palavras usadas por Jisoo naquela noite em que eles se falavam pelo telefone. ─ Retiro o que eu disse.
Seung sabia que ele teria sido descuidado e distante por muitas vezes quando começou a fazer faculdade, e que não usaria a desculpa do "estou sem tempo" para tirar a sua falta de tato com o assunto, mas no fundo, ficou muito chateado com o término deles. O Byeol admite que em sua mente destruidora e insegura, eles não dariam muito certo namorando a distância. Pensou em falar, mas evitou ─ entretanto, afastar-se ou agir monossilábico quando tinha medo, ajudaram a desgastar. Levar um chute pelo celular e ainda escutar um "nós nunca namoramos", foi um golpe fatal.
Ainda mais quando ele tinha planos para tentar recuperar o tempo perdido dos dois. A questão é que ele foi devagar demais e, quando teve tempo e cabeça, raciocinando o continuo distanciamento do namorado, foi tarde demais.
─ Você retira o que disse? ─ Sooji quase se engasgou. Jiseung havia ficado maluco? Essa era a única resposta para a fala sem precedentes do ex. ─ Como assim?
─ Estou dizendo que eu retiro o fato de ter concordado em terminar. ─ Mais uma vez, disse de maneira calma e relaxada. Fez até questão de sorrir para mostrar que ele não estava brincando. ─ Você não é burro, sabe o que isso significa.
─ Sim, que você é maluco! ─ Tirando as palavras do pensamento, Jisoo o respondeu com raiva.
Inacreditável que depois de tanto tempo, ele agora queria bancar o confiante e decidido.
─ Não, significa que eu quero voltar com você. ─ Mantendo a conversa em um nível absurdamente inimaginável, Seung só faltou se ajoelhar e pedir o garoto de novo. Acho que estava implícito. ─ Concordo que eu fui um imbecil.
Jisoo arregalou os olhos com tudo. A abordagem nada meticulosa, a falta de noção ao não conversarem direito sobre o que aconteceu para eles terminarem e até ele concordando que foi um idiota.
─ Da pra você parar com isso? Não é assim que se resolve as coisas! ─ Bufando, Sooji empurrou Seung mais para frente, o afastando. Só assim ele seria obrigado a tirar as mãos do bolso e parar de fazer Jisoo ter que ler seus lábios propositalmente. ─ Inferno, você veio só pra se vingar, foi?!
Na cabeça dele, essa é a única justificativa.
─ Mas eu nem sabia que você vinha. ─ Querendo ou não, isso era verdade. Apesar de estar decidido entre gastar o réu primário com sua irmã ao ver seu ex no acampamento, ele decidiu aproveitar a oportunidade. ─ Você ainda gosta de mim? ─ A pergunta proibida finalmente foi feita.
Como esperado, Ha Jisoo se manteve em silêncio. Resposta sincera? Sim, ele ainda gostava daquele idiota. Sabia lidar com isso? Claro que não ─ principalmente sabendo que Seung parecia disposto a acabar com sua sanidade até voltarem.
─ Entendi. ─ Seung sorriu com a falta de resposta, porque isso queria dizer que ele ainda tinha uma chance. ─ Bem, sabendo disso, não devo estar errado.
Seung aproximou-se do ex namorado apenas para colocar o cabelo dele atrás da orelha e mostrar que não havia desistido ─ e indo embora segundos depois. Jisoo, completamente abismado, ficou paralisado. Byeol Jiseung não brincava assim, ele não fazia esse tipo ─ ou seja, era tudo sincero.
FOI IMPOSSÍVEL FUGIR DOS ABRAÇOS de Byeol Jiseong e Oh Kyungmi precisou se deixar ter afeição. Enquanto esperavam sua hora para a gravação, os dois amigos rebeldes do colégio Haewadal trocavam conversas um pouco nostálgicas no sofá da sala de estar. Ao redor de vários travesseiros confortáveis, plantas vivas que decorava e acalmava o ambiente e uma decoração do cômodo bem amigável, os jovens riram algumas vezes.
─ Sinceramente, achei que daquela vez iríamos realmente pegar uma detenção até o final do ano. ─ Kyungmi falou ao recordar uma pegadinha que fizeram com o professor de física. Eles não gostavam muito dele, então quiseram pregar uma peça.
─ Fiquei mais preocupado em levar um tabefe da minha mãe do que ficar na detenção. ─ Jiseo disse, arrancando uma risada gostosa da Oh. Ela ouviu falar da mãe dele algumas vezes e adoro saber como ela mandava na casa. Colocando ele, seu irmão mais velho e pai, na linha.
─ Seria merecido. ─ De fato ela estava certa. A senhora Choi Chaeyeong sofria sempre que tinha que ir no colégio acudir Seong ou Sarang quando os dois aprontavam.
Os dois irmãos mais novos adoravam quando o pai ia resolver os problemas, já que Byeol Doyung nunca contava a esposa e ainda dizia aos professores deles que iria resolver. O que claramente não acontecia! Doyung saia com os filhos do colégio, levava eles pra tomar sorvete e falava "se for fazer algo, não é pra ser pego ou sua mãe mata a gente!".
─ Eu gostava muito daquele tempo, Kyun. ─ Seong falou, sorrindo nostalgicamente. Com a cabeça no encosto do sofá, ele olhou para ela, analisando a expressão despreocupada da amiga. ─ Apesar de você sempre achar minhas ideias bem idiotas ou me dá uns soquinhos que nem doíam, gostei que você me deixou conhecer a Kyungmi atenciosa e amiga.
Kyu retribuiu e também olhou para o Byeol. Apesar de sempre ser uma pessoa mais séria, ao lado das pessoas certas, ela costumava ser atenciosa e carinhosa do seu jeitinho. Seong a fazer rir, quando seu senso de humor era refinado e um pouco exigente, sempre a intrigou.
─ Não seja sentimental, ainda acho você um idiota. ─ A Oh rapidamente virou a cabeça para frente novamente e olhou para o teto. No fundo, estava concordando com Jiseong.
Ele soltou uma gargalhada, mandando seu famoso "beijinho" com a mão, apenas para irrita-la.
O clima antes alegre e tranquilo, rápidamente tornou-se pesado quando Clarity Naeun Go entrou na sala. Cuidado, torta de climão! Por favor, não pense que a culpa é dela nem nada, é que a relação dela com Seong aparentemente estava... abalada ─ mas Naeun não deve ter sido avisada.
─ Jiong! ─ Go Naeun, que não conseguia falar com Seong há um bom tempo, o chamou pelo apelido. Genuinamente feliz em vê-lo. ─ Nossa, quase não consigo falar com você! Sumiu, foi?
Jiseong nem sequer olhou para o rosto contente da Go e levantou-se do sofá abruptamente.
─ Kyun, depois falo com você! ─ O rapaz proferiu, agindo estranhamente na presença da "amiga".
Clarity, achando completamente estranho, imaginou que ainda era íntima de Seong o suficiente para agarrar o braço do fotógrafo e fazê-lo esperar. No mínimo, para uma explicação pela presença de consideração. Porém, antes que pudesse dizer algo, Jiseo tirou delicadamente a mão direita de Naeun de perto dele e se afastou.
─ Aconteceu alguma coisa? ─ Dava pena de ver Clarity tentando entender o que estava acontecendo. Ela nunca passou por aquilo com Jiseong! Os dois não eram de brigar... tinham uma amizade muito boa e companheira. ─ Você não quer falar comigo!
Seong, que quase nunca era debochado, fez isso com um sorriso no rosto. Um sorriso falso e irritado.
─ Não, nada aconteceu. ─ Negou, sem querer dar qualquer explicação. Na cabeça dele, a mesma não merecia nenhuma explicação. Isso não mudaria.─ Você não fez nada Go Naeun. O problema sou eu, como sempre! ─ A voz não foi alterada nem por um segundo, mas seu tom era feio e distante. O oposto do que era Byeol Jiseong. ─ Eu sou o idiota.
Em passos pesados, Seong deu as costas para as duas e saiu rápidamente do cômodo. Antes que falasse alguma besteira e se arrependesse depois.
─ Ei, Jiseong, o que é isso! ─ Kyungmi tentou chamá-lo, mas falhou. Sem saber de qualquer coisa, o chamou completamente surtado. ─ O que será que deu nele em! Garoto maluco!
Aquele era um lado de Seong que as duas só viram em momentos muito sérios ─ esses, evolvendo pessoas que ele gostava muito, ou algumas injustiça. A palavra raiva não combinava com ele, sendo uma linha distante em seu gráfico que normalmente variava entre o carinho e a animação.
─ Qual o problema dele? ─ Faltou pouco para a musicista ir atrás do, aparentemente, antigo amigo e surtar com o mesmo. Tentar ignorar e evitar totalmente o conflito era sempre a melhor alternativa, já que ela não quer "perder tempo" com outras pessoas, mas com Jiseong era diferente. ─ Ele enlouqueceu?
Han Hyunjae entrou na sala e conseguiu ouvir uma parte da discussão. Com uma tigela de Jjamppong, uma sopa de macarrão apimentada com frutos do mar ─ sim, ele amava tanto comida apimentada, ao ponto de come-la tão cedo, analisou as expressões de Naeun e Kyungmi.
─ Ué, porquê o Jiseo saiu correndo? ─ Hyunjae olhou para a porta de entrada, tentando ver para onde seu amigo estava indo. Surpreendeu-se com o comportamento dele. ─ Você não fez nada com meu amigo, não é, Clarity?
Quase como adivinhando que algo tinha acontecido entre eles, Hyunjae perguntou. Intrigado, mas não acusador, o estudante do mundo dos games achou estranho essa falta de comunicação. Sempre viu Seong e Naeun se dando muito bem, e o rapaz ainda não tinha lhe feito nenhuma queixa nem nada, ou dito que os dois brigaram.
─ O que você tá falando? ─ Naeun cerrou os dentes, achando suspeito. Diferente da intenção do Han, achou que o garoto estava lhe acusando de algo ou que o mesmo tinha alguma noção dos motivos obscuros. ─ Sabe de alguma coisa por acaso?
─ Que isso, não precisa me morder! ─ O rapaz retrucou, se afastando um pouco. ─ Perguntei porque ele normalmente não é assim.
Vendo alguém que poderia ter uma resposta, Watanabe Tadashi cruzou a sala de estar com as mãos no bolso do moletom.
─ Ei, Tadashi, você sabe o que aconteceu com o... ─ Hyunjae o chamou, mas antes que obtivesse uma resposta, foi cortado.
─ Não fala comigo. ─ Wata falou, sem olhar para o rapaz.
Ele passou direito por eles, ignorando qualquer pergunta que Hyunjae iria fazer ─ para o Tadashi, não poderia ser mais desinteressante escutar Han Hyunjae. Em outras palavras: os dois não haviam saído dessa fase desse o ensino médio. Quando ambos faziam questão de ignorar um ao outro. Porém, abrindo uma pequena observação, apesar deles não se darem muito bem, o Choi tinha a maior parcela dessa culpa.
─ Vish, que cara mal humorado! ─ Hyun tentou por algumas vezes ser mais próximo de Watanabe, mas a pequena "rivalidade" entre eles nunca acabou. ─ Não sei como a Sarang é amiga desse idiota. Ela é muito legal pra ele.
Como se estivesse ouvindo suas palavras, Byeol Jisarang brotou na sala e pulou nas costas de Hyunjae. Por sorte, mesmo tendo se assustado bastante e ter encenado sua insatisfação do susto com uma mão do lado esquerdo do peito, ele segurou a ruiva para que ela não caísse.
─ Quem é legal? ─ Love perguntou, ficando curiosa ao escutar o final da conversa.
─ Você. ─ Jae respondeu, apontando para a mais nova.
Sarang sorriu com os olhos e agarrou por trás o pescoço de Hyunjae. Sendo atlético e em forma, foi fácil para o garoto da cabelos castanhos escuros lidar com o peso dela. Além do que, mesmo que a ruiva também tivesse músculos e fosse atlética como ele, ela era baixinha.
─ Tenho um presente. ─ Sarang disse, descendo das costas de Hyunjae. Ela deu uma batidinha na roupa dele para alinhar.
Como uma de suas manias, Jae arrumou o cabelo até que estivesse impecável novamente.
─ Pra mim? ─ Hyun questionou, surpreso.
─ Claro, seu aniversário foi mês passado e eu não consegui te dá antes! ─ Nascido no mês de Junho, Hyunjae finalmente se lembrou que existia a data especial do dia vinte e dois daquele mês. Não fazia muito tempo desde que completou 22 anos. ─ Achou que eu esqueceria?
Sinceramente, ele ficou surpreso com a lembrança. A maioria das pessoas hoje em dia não se lembram tanto ou comprar presentes ─ e de forma alguma ele está criticando isso! É que é realmente legal e aconchegante ter uma amiga que lembra do seu aniversário e até faz questão de gastar dinheiro comprando algo que lembrou de você.
─ Sabia que eu amo muito você? ─ A declaração de amor não foi um novidade, mas ainda sim era fofo como eles conseguiam compartilhar essas palavras entre amigos.
─ Te amo mais! ─ Sarang fez um coraçãozinho com as mãos e levou até o lado em que ficava seu coração de verdade. Com um sorriso sapeca no rosto, ficou feliz em ouvir aquilo de novo.
Eles não se viam tanto ou eram extremamente grudados, talvez muito mais por causa da distância hoje em dia, mas ainda sim, era o tipo de amizade que não se estranhava mesmo após anos.
─ Que caras são essas? ─ Love perguntou ao virar para as meninas. Ainda não tinha notado que elas pareciam chocadas com algo. Principalmente Clarity. ─ Viram um morto?
─ Seu irmão que vai morrer. ─ Naeun respondeu, visivelmente irritada.
─ Qual deles? ─ Retrucou, sabendo que a Go falava com seus outros dois irmãos também. ─ Os dois sempre me deram trabalho. Preciso estar bem informada.
De fato, nenhum irmão Byeol tinha o que reclamar, porque eles sempre tinham que cuidar um do outro em algum momento.
─ O Seong. ─ Aquelas palavras saíram um pouco doloridas para a senhorita Go. Claro, ela estava muito brava por ser ignorada e tratada como nunca tinha sido antes por alguém que ela gostava tanto, mas também sentia tristeza.
Ou melhor, medo de um de seus poucos amigos, que ela tanto considerava e nutria um sentimento conflitante, lhe deixasse.
─ Ah... ─ Não precisou falar muito para que todos na sala identificassem que a irmã mais nova sabia dos motivos.
─ Você sabe de alguma coisa, não sabe? ─ Apenas para confirmar o que todo mundo já havia entendido, Naeun perguntou.
─ Sim, ele é meu irmão. ─ Ela confirmou, um pouco menos energética do que antes.
Aquela tensão na sala não era nada boa.
─ E não vai me contar? ─ Naeun conhecia Sarang e sabia que, como irmã deles, relutava para falar qualquer coisa que envolvesse seus assuntos sérios.
─ Nana, eu acho melhor você perguntar pra ele. ─ Love a chamou pelo apelido e fez um afago em seu ombro. Também chateada com a situação.
Sarang se metia sim entre seus amigos e odiava vê-los brigando, mas raramente, apenas em casos muito urgentes, falava o assunto. Preferia que os amigos ou quem quer que fosse se resolvessem sozinhos, ao invés de escutar o problema pela boca dela. Love se sentia apenas um meio para a solução, não quem iria resolver.
─ Pra onde ele foi? ─ Perguntou a ruiva.
─ Ele saiu disparado... ─ Jangyuri, sentava em uma das poltronas da sala e lendo um livro, apontou para a porta que dava para fora. ─ Por ali.
A Kang estava no cômodo desde o começo da discussão, mas se manteve quieta e em silêncio. Preferiu não se meter no assunto deles, já que só falava com Jiseong e não com as outras garotas ou com Hyunjae. Talvez ela até pudesse perguntar depois para o dono da cena, vulgo Seong, se ele estava bem e se queria conversar, mas agora com certeza não era a hora.
─ Ok, vou falar com ele! ─ Sabendo dos verdadeiros motivos pelo qual seu irmão estava chateado, a Byeol o entendia. Em partes, se colocando no lugar, é um sentimento angustiante mesmo. ─ Depois eu volto... preciso de uma palavrinha com meu querido irmãozinho!
Sem mais delongas, a ruivinha saiu andando para resolver mais um problema ─ dessa vez, não sendo ela que criou.
─ Sarang, eu vou atrás de você em! ─ Naeun a ameaçou, jurando mentalmente que se não descobrisse por ele, a faria falar.
─ É mais fácil você sequestrar o Jiseong e fazê-lo falar... ─ Yuri comentou aos ventos, fazendo uma anotação mental do quão difícil era tirar as notícias sobre os irmãos mais velho dela, da boca da própria Love. ─ Só tô falando!
─ Isso é fácil pra mim, eu descubro! ─ Hyunjae se propôs a descobrir, determinado a saber o que afetou seu amigo.
─ E você vai me falar? ─ Naeun, com um pingo de esperança, perguntou.
─ Claro que não, deve ser segredo. ─ Não sendo tão inesperado assim, já que eles também não eram tão íntimos, Hyun negou que contaria se descobrisse. Sua boca seria um túmulo e ele seria legal ao seu amigo, até que ele mesmo falasse.
Uma risada quase silenciosa surgiu em meio a valorização do garoto Han... era Jangyuri, rindo da autoconfiança do rapaz. Ela jura por tudo que é maia sagrado que tentou segurar, até porquê não é o tipo de pessoa que usa deboche como uma arma ou diversão, mas foi impossível.
─ Qual a graça? ─ Basicamente entendeu que o motivo da risada foi ele, Jae colocou a mão na cintura e encarou como uma águia os olhos da Kang.
─ Nenhuma, é só que você é confiante demais. ─ Para dizer a verdade, ela se controlou muito para não falar algo ofensivo ou desencorajador. Então, até foi gentil.
Dessa vez foi Hyunjae que riu. Bem, tendo em vista que ela se meteu com alguém que agia por impulsividade e se metia em confusões apenas abrindo aquela boquinha, já era de se esperar que ele retalia-se.
─ Se nenhum dos dois conversa com você, a culpa não é minha. ─ Usando um de seus dons mais habilidosos, o da provocação, Hyun cruzou os braços e basicamente disse que ela estava por fora dos assuntos. ─ Só falta você me dizer que não pergunta aos seus amigos o que aconteceu quando eles estão mal!
─ Pergunto, mas você sempre foi intrometido... ─ Trazendo de volta seus anos na Haewadal, ela não pode deixar de falar sobre o comportamento irresponsável dele. ─ Que nem no colégio.
Com certeza, esse comportamento digno do troféu "yo soy rebelde" seria uma pauta muito utilizada pelos seus "rivais".
─ Kang Jang-yuri é sempre a certinha! ─ O deboche estava claro em suas palavras. Hyunjae também fez questão de se lembrar da "boa moça entendiante" que ela era no colégio. Sendo essas, palavras próprias dele para descreve-la. ─ "Ela é tão legal, ela é tão simpática, ela é tão galera". ─ Jae afinou a voz para imitar algumas garotas do seu antigo colégio. ─ Ah, vai ver se eu tô lá na esquina!
Nem mesmo todas as coisas em comuns que eles tinham ─ porquê eles tinham sim muitas coisas em comum, sendo a tecnologia a principal delas, conseguiu juntar esses dois. Foi um sacrifício fazer Hyunjae e Jangyuri realizarem o único trabalho que fizeram juntos. Por sorte, eles eram de anos, turmas diferentes e grupos diferentes.
Ninguém imaginaria que duas pessoas tão simpáticas e normalmente legais, estariam se bicando.
─ E você... uau, todo mundo te ama! ─ Sendo essas também palavras de Yuri, todo mundo deveria ser "maluco" por gostar tanto de um garoto como Hyunjae. ─ É porquê estavam cegos.
─ Só se for pela minha beleza!
Bufando, a Kang fechou o livro tão forte em suas mãos que até fez barulho. Ela colocou os chinelos fofinhos de volta no pé, arrumou a parte de trás do cabelo que ficou um pouco bagunçada e se encaminhou para longe dali. Não tendo nenhuma sorte aparentemente, as brigas e discussões estavam lhe perseguindo mais do que nunca naquele ambiente.
─ Grr, garoto irritante! ─ Rosnou para si mesma, saindo em busca de paz espiritual e dois compridos calmantes.
FAZ DEZ MINUTOS DESDE QUE as gravações dos depoimentos acabaram. Jisoo, ainda abalado por ver seu ex namorado no mesmo local que ele, depois de tantos anos, pensava em várias maneiras de acabar com sua melhor amiga. Mesmo sabendo que Byeol Jisarang deveria ter pacto com alguma entidade ─ vulgo aquele não nomeavel, ele torceu para que ela fosse gentil e não o ajudasse a enlouquecer ainda mais ao trazer seu ex.
Infelizmente, seu depósito de esperança acabou antes mesmo dele comemorar um momento em paz.
─ Haji! Haji! ─ Sarang o chamou na área externa do acampamento, levando as mãos para o ar e acenando. Após tomar seu café da manhã e ter sido a primeira a ser entrevistada, foi resolver outras coisas enquanto seu amigo também trabalhava nas filmagens. ─ Acabou com as gravações? ─ Perguntou, utilizando a linguagem de sinais.
Jisoo, que estava guardando os equipamentos de volta na maleta preta que trouxe consigo, largou tudo de lado e a encarou desacreditado. Nem se dando o trabalho de expressar o descontentamento com palavras, o Ha mostrou extremamente o que estava sentindo pela expressão. Sarang, entendendo imediatamente, parou no lugar, girou os calcanhares e saiu correndo para o lado oposto ─ com Jisoo apresando o passo em seguida e correndo atrás dela.
Nessas poucas horas de viagem eles não tiveram tempo o suficiente para por esse assunto em pauta.
Por mais que Jisoo não fosse tão atlético quanto Love, que fazia esportes antes mesmo do ensino médio, fez de tudo para se manter firme e suportar ─ por sorte, suas pernas eram mais longas do que as dela e isso era uma vantagem.
─ Ok, chega! ─ Sarang disse, cansando-se. Usou as mãos para pedir calma e expressar-se melhor. Love normalmente já era bastante expressiva, mas ficava ainda mais com Jisoo. ─ Somos melhores amigos, lembra? ─ Um sorriso culpado surgiu nos lábios da ruiva. ─ Eu e você, você e eu. Somos almas gêmeas, irmãos de aniversário... ─ As letras da música cafona que eles criarem juntos saíram em uma cantata da boca dela.
O Ha mexeu-se, fingindo que iria avançar novamente na direção dela. Sarang, esperta, deu alguns passos para trás.
─ Que isso, você não pode ficar com raiva de mim só porquê eu tô te fazendo um favor! ─ A jovem expressou o quão chateada também estava na situação. Tudo bem, talvez ela devesse conversar antes, mas... ele com certeza diria não. Jisoo era teimoso quando queria. ─ Eu sou sua melhor amiga, preciso reagir!
Eles tinham uma fraternidade inquebrável, que poucas vezes foi posta à prova como nesse caso. Normalmente os dois faziam bobagens juntos, se completando. Mas... essa era uma urgência! ─ na cabeça se Sarang, que tinha certeza que essa era uma das únicas chances de conseguir ajudar duas das pessoas que ela mais amava.
─ Favor? FAVOR? ─ Jisoo arregalou os olhos. Fazia muito mais de 15 minutos, tempo mínimo, que ele utilizava para se acalmar. As coisas saíram dos trilhos. ─ Você prometeu!
─ Eu cruzei os dedos, me perdoa! ─ Ou seja, isso queria dizer que a promessa foi falha e ela poderia ser quebrada. Sarang odiava quebrar promessa e por isso ela só prometia o que poderia cumprir, mas... admite que não se arrependeu de quebrar essa.
O estudante de cinema, embolado em todo seu drama, passou a mão pelos cabelos e choramingou mentalmente. Antes que ele abrisse os olhos, a Byeol correu em sua direção e jogou os braços ao redor da cintura de Jisoo, o espremendo naquele abraço.
─ Você não pode ficar com raiva de mim... ─ Ela falou assim que o mais velho olhou para baixo. Love sorriu com os olhos, fazendo um beicinho arrependido. ─ Eu não fiz por mal!
Jisoo leu os lábios de Sarang e quase sentiu pena. Ela parecia decidia a ajudá-lo com algo que o rapaz tinha certeza que não tinha solução. Acomodado no silêncio entre ele e seu ex namorado, entrar na ideia de conversar com ele e se resolver parecia um pesadelo. Por mais tentado em saber a opinião do outro, manteria sua dignidade até o último minuto.
─ Porquê você fez isso? ─ Jisoo soltou-se do abraço de sua melhor amiga e fez a pergunta seriamente. A resposta era óbvio, mas fingir que não ajudava sua autoestima.
Em partes ela falaria algumas verdades que ele não gostaria de escutar, mas... só Sarang conseguia encara-lo e falar tudo que pensava. Momento não muito diferente quando os personagens eram invertidos e ele era o conselheiro.
─ A resposta não é óbvia? ─ Sim, era cristalina e clara como as águas das cachoeiras do parque, mas Jisoo parecia querer ouvir mais uma vez o argumento. ─ Vocês tem que se entender.
Se seu defeito fosse ser intrometida, preparou-se para ser julgada por ele em certas situações.
Isso não era apenas uma vontade egoísta de tornar Ha Jisoo seu cunhado novamente... ela queria que eles se entendessem verdadeiramente. Sendo amigos mais um vez, namorados ou apenas duas pessoas com alguém em comum, a solução era uma conversa. Por mais que no fundo desejasse que os dois, que ainda nutriam sentimentos um pelo outro, voltassem, estaria feliz com um mútuo entendimento. Sarang não podia deixar que esse fosse o fim, quando tudo que aconteceu, foi durante uma fase conturbada de suas vidas.
─ Não é assim que funciona. ─ Claro que não, mas os dois dificultaram um pouco para que não funcionasse.
─ Podem ficar com raiva de mim, dizer que passei dos limites... eu não ligo. ─ Empenhada em pensar apenas neles, uma ideia um tanto arriscada, Love estava disposta a levar reclamações depois. ─ Mas vocês são muito cabeça dura! A gente não tá mais no ensino médio, então não sejam imaturos com isso. ─ Maturidade não era a área mais estudada pela Byeol, mas dêem um pouquinho de crédito. ─ Não tô te obrigando a voltar com ele, mas eu amo vocês, conheço vocês e sei que tudo isso não passa de um mal entendido.
Seung não era muito ligado em "falhas comunicativas", mas Jisoo, por outro lado, odiava quando isso acontecia.
─ Senhorita Byeol! ─ Um jovem de quase vinte e seis anos, que trabalhava com o pai no acampamento, a chamou. Vestindo roupas fresquinhas de verão, o rapaz que cuidava de um dos passeios do parque correu na direção deles. ─ Já deixei tudo pronto o passeio de tirolesa.
Sarang virou para ele e confirmou com um sorriso. Sabendo que essa era a primeira de muitas reclamações, Love entendia que teria que se preparar para qualquer coisa. Bem... ela buscou por isso, mesmo sabendo de tudo que tenha acontecido entre alguns deles. Então, o máximo que podia fazer era aproveitar e esperar para apagar a fogueira novamente.
NOTES
1. Olá Yourhomers, FELIZ NATAL!!! Como vocês estão? Todos bem? Como foi o natal de vocês? O meu foi bem legal e divertido. Eu achei que ia me ferrar porque domingo (17) minha alergia atacou e a gripe veio (passei a semana a base de própolis). Ai quando tava melhor, na sexta meu olho direito ficou vermelho e eu já tava achando "me lasquei de novo amigos", mas acabou que melhorou antes do domingo depois que eu enchi meu olho de soro kkkk. Acho que foi alguma conjuntivite alérgica (é por poeira, pólen e etc, pelo menos não é contagiosa), dai usar só o soro limpou.
Juro pra vocês que me cuido, como bem, tomo uns 3/4 litros de água por dia e vou pra academia todo dia, mas minha imunidade meu odeia kkkkkk
2. Mais um capítulo enorme pra vocês não passarem a semana triste kkkkkk. O que vocês acharam do capítulo? Tem teorias de algo? Alguma coisa que vocês ficaram chocados? Ou alguma (s) interação (ões) que vocês achar legal? Podem jogar aqui que eu tô sempre lendo tudo!!
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